segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Fim de Ano

Mais uma ensolarada típica tarde de segunda-feira das férias se passou. Não saio do perímetro de minha casa desde às 8h da noite de ontem e, nesse tempo improdutivo de estado vegetativo que passei fechado, literal e não-literalmente, em minha casa parei pra pensar um pouco sobre 'fim de ano'.
Observando tudo o que tem acontecido, cheguei à conclusão que todo fim de ano é igual. O que mudam são as pessoas que protagonizam os conflitos de nossas vidas. Os conflitos, geralmente, são os mesmos.
O legal do fim do ano é que vários amigos estão se formando na 8ª série pra ter mais três anos de sofrimento na escola e outras estão se formando no 3º ano pra, depois de um tempo, sentirem saudades das manhãs que acordavam cedo pra estudar coisas que só seriam úteis na hora do vestibular e ir pra escola ficar escutando sermões sobre como não perder o foco numa prova dupla de 90 questões que acontece uma vez no ano. Justamente por esse fato, as pessoas promovem 'festas de formatura' pra comemorarem o ano feliz que passou voando e nós, que não temos nada a ver a história toda, ganhamos festas legais de graça só pra termos alguma coisa pra fazer no fim de semana.
E todo mundo começa a se recordar das coisas que fez ao longo do ano, das dificuldades que passou, das pessoas que conheceu, dos lugares que visitou e das vidas que passou a fazer parte, direta ou indiretamente.
Natal. Todo mundo gosta de Natal!
Natal é o nascimento de Jesus, Natal é família, Natal é presente. Natal é sua prima querendo andar de cavalinho todo tempo mesmo sabendo que você está com dor nas costas de tantas vezes que já brincou de Power Rangers. Natal é tender e chester da perdigão, duas comidas que tem exatamente o mesmo gosto e o mesmo formato e são impossíveis de serem distinguidos naquela mesa natalina farta que tem na casa da sua avó onde é possível encontrar também coca-cola, nozes e muitas outras coisas que você só come na época do Natal e do ano novo. Natal é ficar esperando a noite toda um velho gordo, barbudo, usando um vestido vermelho que nunca vem e, quando vem, não é velho e nem barbudo: é o seu tio que quis fazer uma surpresa para as crianças da família. Natal pra mim, é isso. E também é um monte de outras coisas, mas tudo é muito relativo, não dá pra simplificar.
No fim do ano, você percebe que acreditou demais em certas pessoas e que, por mais que você queira esquecer, é impossível não lembrar de tudo o que sentiu e de tudo o que deixou de sentir por alguém.
Chegando ao fim de mais uma tarde tentando escrever algo de interessante para o meu blog, leio o que escrevi em 5 minutos de inspiração. Nada mal. Acho que vou alugar uns filmes e comprar chantilly pra poder me esquecer da noite de ontem. Fim de ano é coisa de louco mesmo, né?

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Sexta-feira à tarde

Quatro e quarenta e cinco da tarde.
Perplexo, desaventurado e sonolento.
-Onde estou? - me perguntei.
-Deitado no sofá marrom da sala e dormindo desde às duas. - respondi.
-Eu? Dormindo de dia? Isso é impossível! Eu nunca durmo de dia!
-Não? Então por que você está mole, com a visão cerrada e com a voz semi-rouca? - retruquei.
Silêncio...
Não acredito que eu estava falando sozinho denovo.
-Onde será que ela se meteu? Estou morrendo de saudades dela.
-Ela não te quer mais, idiota!
-Pode ser, mas ela me mandou tantas mensagens... não acredito que era tudo mentira.
-Você sabe quanto está valendo o dólar comercial?
-Um e oitenta e sete?
-Não sei, não ligo pra essas coisas.
Parece que as coisas estão indo mais devagar quando me dou conta de que não sou nada, e parece que a televisão fala comigo quando a tela está toda azul.
Está tranquilo, estou pensando, logo estou existindo.
-Descartes era um otário cara, relaxa.
-Eu sei, ouvi essa frase ontem na televisão e ela ficou girando na minha mente, mas daqui a umas horas eu não vou nem me lembrar dela mesmo. Enfim...
"triiim, triiiim"
-Alô... oi Miriam... já, já liguei pra ela... tá, eu combino... uhum... uhum... não dá, eu tenho um encontro... brincadeirinha, eu nem tenho namorada... tá bom, pode deixar... uhum... tá ok. Tchau, vai pela sombra.
O barulho do meu telefone deve ser mais retrô que eu.
Essa música instrumental que tá tocando agora é bem legal, a bateria está super bem mixada e ela é bem tranquila.
-Ei, passarinho, quer alpiste?
-Eu quero, você tem um pouco aí? (piu)
-Não tenho, desculpa. Perguntei só pra ser educado.
-Tá bom. Amanhã de manhã eu te acordo denovo. Seis e meia, né? (piu)
-Isso mesmo, valeu pelos serviços prestados. Depois a gente acerta os negócios. Amanhã você vai viajar né?
-Vou, já estou arrumando a minha mala, quer dizer, já estou me preparando psicológicamente. Nós, pássaros, não precisam de mala pois não usamos roupa, né? (piu piu)
-Acho que não. Boa viagem lá pro sul. Esse lance de migração deve ser um barato.
-É, é coisa de louco mesmo. Até o verão!
-A gente não está no verão?
-Não cara, estamos no inverno!
-Nunca acerto, caramba.
(piu piu)
Pensando bem, ela deve estar pensando em mim numa hora dessas.
Pensando melhor, acho que não.
Ah, não custa nada tentar né?
(tuuu, tuuu, tuuu)
-Sua chamada está sendo encaminhada para a caixa de mensagens, e estará sujeita à cobrança após o sinal... (barulho ensurdecedor)
Ah, ninguém merece!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Cortar o cabelo

Pra falar a verdade verdadeira, cortar o cabelo é uma das experiências mais femininas que qualquer homem pode ter. Apenas pensar em cortar o cabelo já é um pensamento feminino. Se você acha que não é me responda: por que você tem a vontade de cortar o cabelo? A resposta é sempre a mesma: meu cabelo já está grande demais e é difícil de lavar e etecetera. Mas, por mais que você discorde, você corta cabelo porque você acha que seu cabelo já está sem corte e isso te deixa mais feio; sendo que você diz para os seus amigos que você não liga pra cabelo, cabelo arrumado é coisa de mulherzinha e coisas do tipo.
O homem tem dentro de si uma masculinidade que precisa ser protegida e guardada com muito esmero, não importa o que ele tenha que fazer pra protegê-la e mantê-la intacta. E cortar o cabelo é exatamente o tipo de coisa que fragiliza a masculinidade do homem por ser uma coisa que interfira na beleza. Por isso, o homem tem que lidar cautelosamente com esse fator, cortando o cabelo da forma mais masculina possível. E sem frescura, é claro.
Há 2 classes de homens: os que são extremamente vaidosos e os que não são nenhum pouco vaidosos. Os vaidosos se preocupam com o seu cabelo, mas precisam tomar cuidado para não parecerem femininos na hora de escolher o corte. Já pouco vaidosos não ligam pra isso e cortam o cabelo do jeito que vier na telha. Eu estou no lado dos não vaidosos.
Eu estava com um corte totalmente masculino, punk e alternativo chamado moicano(pra mim, o corte de cabelo mais legal do universo). Meu moicano era muito legal, com direito a máquina 2 nos lados e um comprimento razoável na parte central. Resumindo: muito louco. Mas o problema de tudo isso é que meu cabelo é ondulado, então meu moicano não ficava tão legal quanto o dos caras de cabelo liso. Mas do mesmo jeito era muito legal.
Nas férias eu viajei e deixei meu cabelo crescer até que ele ficou sem corte. Eu pensei comigo mesmo: "Ah, vou cortar meu cabelo. Azar!" e decidi cortar. Aí começa a parte feminina da coisa.
Moicano dava muito trabalho e eu queria um corte mais normal pra não parecer que eu era um maluco sem noção. Nessa onda eu escolhi um corte bagunçado, com um topete desleixado, coisa e tal. Então eu liguei pra moça que corta cabelos e agendei uma consulta pra uma quinta-feira, coisa rápida. Chegando na quinta-feira lavei meu cabelo, que estava precisando seriamente de uma lavagem, e segui rumo ao cabelereiro.
O salãi de cabelereiro, pra quem não conhece, é o lugar mais feminino de todos e lá dentro todas as pessoas, homem ou mulher, só falam sobre coisas femininas como cabelo, filhos, mamadeira e chapinha. Lá eu me senti meio isolado de todos pois, até onde eu me conheço, eu não sou bom em conversar sobre nenhum desses temas. Demorou um pouco para a moça me chamar e nesse tempo de espera eu fiquei jogando Sonic The Hedgehog 2 no meu Ipod. Ela então me chamou e eu especifiquei como eu desejava o corte. Ela, por sua vez, fez o trabalho dela. Muito bem feito por sinal.
Enquanto eu estava sentado naquela cadeira interessante de cabelereiro, com aquele pano que a moça cabelereira põe pra não cair cabelo na camiseta, olhando toda hora pra um espelho gigantesco que estava na minha frente, a moça molhava meu cabelo com aquelas bombinhas de água e ia cortando meu cabelo com muita destreza. Eu ouvi conversas totalmente bizarras sobre gravidez, histórias sobre crianças que punham chiclete no cabelo das outras e sobre o trabalho que era pra tirar o chiclete do cabelo das crianças, histórias entediantes sobre como fazer chapinha e histórias assustadoras sobre TPM. O legal é que as mulheres que estavam no recinto falaram, em média, umas duas mil palavras no tempo que eu estava lá e eu devo ter falado apenas umas 20 pra explicar como eu queria o corte.
A hora de fazer o pézinho é torturante. É, sem dúvidas, uma das piores sensações do mundo. Parece que a moça cabelereira vai arrancar seu cabelo junto com a sua pele e cortar uma veia importante pra sua sobrevivência sem dó nem piedade. Quando eu vou fazer o pézinho minha pressão baixa e eu vejo estrelas. É uma coisa bizarra, mas com o tempo passa.
Depois é a hora de tirar o pano que protege a camiseta dos cabelos, pagar a moça e agradecer por ela não ter nos tirado um pedaço da orelha nem cortado a veia importante do pescoço. Quando saímos do recinto nos sentimos, ao mesmo tempo, mais homens por termos saído daquele lugar totalmente feminino e nos sentimos mais mulheres por termos ouvido tantos assuntos absurdamente femininos. Também nos sentimos indignados pois não nos conformamos que as mulheres que tem cabelo enrolado querem ter cabelo liso e as mulheres loiras querem ter cabelo escuro e vice versa. Mulher é um ser estranho, mas convenhamos que nós homens não vivemos sem elas, é impossível.
No fim das contas cabelo cresce e nós vamos ter que passar por tudo isso denovo, a não ser que viremos hippies e nunca mais cortemos nosso cabelo. Eu já pensei nisso, mas não sei se vale muito a pena.
Contente-se com o seu cabelo, mas não queira acreditar que ele vai ficar assim pra sempre, pois ele não vai! Ao menos que você tenha problemas capilares e tenha um aplique, mas aí são outros quinhentos.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Bifurcação

Uma das piores coisas do mundo é quando temos duas coisas super estremamente muito legais e temos que escolher entre uma das duas. Nossa, é horrível!
É impossível decidir com precisão qual das duas é a mais interessante e, mesmo que escolhamos uma que pensamos que é mais legal, quando pensarmos na outra alternativa ficaremos tristes por sabermos que deveríamos ter escolhido a outra. É inevitável!
Eu, particularmente, queria ter um clone pra poder estar nos dois lugares e viver intensamente as duas coisas. Tipo desenho animado sabe? Eu queria poder viver tudo, ser um pouco de tudo, conhecer todos os lugares, todas as pessoas e mais umas coisas aí. Mas vai lá saber se Deus não tem um plano master pra mim? Será que eu fiz a escolha certa? Será que algo ruim iria acontecer comigo?
Às vezes eu paro pra pensar nessas coisas mas eu fico meio louco, cada vez mais paranóico. É bom pensar nessas coisas mas não é bom ser paranóico, muito menos louco. Mas fazer o que?
O mais legal, o apse de toda essa história é quando o tempo passa e então nos damos conta de que o tempo passou, paramos pra pensar que todo o drama que passamos foi por coisas tão simples que, hoje em dia, parecem que não foram tão legais quanto pensávamos que seriam e assim ficamos mais paranóicos e malucos outra vez.
Quando você estiver enrrascado na mesma situação que eu, faça como eu fiz um dia desses: PARE DE PENSAR NAS COISAS! Como última alternativa, cante: "Hava Naguila" ou não faça nada e só deixe as coisas rolarem que nem eu fiz. Se você tiver memória de velho, que nem eu, com o tempo você vai se esquecer. Mas NÃO ENTRE EM PÂNICO.

sábado, 17 de julho de 2010

Ansiedade

Estou ansioso.
Ansiedade tem duas definições segundo o primeiro dicionário online que apareceu no google quando eu procurei a palavra "dicionário" naquele espaço branco e as duas definições são:
"1. Comoção aflitiva do espírito que receia que uma coisa suceda ou não;
2. Sofrimento de quem espera o que é certo vir; impaciência."
Um dia, na escola, na aula de Psicologia pra ser mais exato eu aprendi que ansiedade é quando nós nos sentimos ansiosos. Quer dizer, isso é o que eu me lembro da aula.
Já uma amiga minha me disse que ansiedade é quando nós bebemos muito café e ficamos esperando que umas coisas legais aconteçam conosco e, por isso, ficamos inquietos.
Na prática eu aprendi que ansiedade é quando uma coisa muito legal ou muito ruim está prestes a acontecer e, por isso, nós perdemos o sono, ficamos inquietos, impacientes, começamos a falar sozinhos, perguntamos coisas que nossas vós penam para lembrar (e algumas vezes elas não se lembram mesmo), quando nós começamos a jogar muito video-game, quando nos apegamos a certas coisas que antes não nos atraíam muito, quando começamos a falar gírias que falávamos quando éramos crianças, quando bebemos muita coca-cola ou comemos muitos doces, quando sonhamos demais, quando assistimos muitos desenhos animados, quando sentimos vontade de voar, etc...
Resumindo tudo o dicionário, minha professora de Psicologia e minha amiga estavam certos e eu só estou escrevendo esse texto porque estou muito ansioso. Ah, esqueci de mencionar que quando eu estou ansioso eu posto nesse blog.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Programa de Índio

Eu já estava imaginando que iria ser um programa de índio quando minha mãe atrasou uma hora e meia pra vir nos buscar pra nos levar pro shopping, mas esse é só o começo de um verdadeiro programa de índio(daqueles bem tupis mesmo).
Nós, eu e meus dois amigos, saímos daqui de casa correndo pra conseguir pegar a última sessão do cinema e, graças a Deus, conseguimos pegar com muito suor e muito esmero. Mas antes da sessão eu precisava ir no banheiro, coisa que eu não fazia a muito tempo.
O filme foi daqueles bem chatos pra caramba mas a gente conseguiu se divertir. A sessão acabou por volta das onze horas da noite e, como de costume, nada no shopping estava aberto e, com a fome que eu estava, não teria nada pra comer naquele lugar. E é agora que o bicho pega.
Depois de uma tentativa frustrada de entrar no parquinho que estava fechado, (também, qual parquinho está aberto depois das 11 da noite?) fomos para a parte de fora do shopping esperar meu pai vir nos buscar mas aí vem um diálogo que eu nunca mais quero ter na minha vida:
-Ô amizade, não vai poder ficar aqui não. A gente "estamos" fechando os portões e... não vai poder ficar aqui não. - Me disse o segurança.
-Como assim? - retruquei, inconformado - Você está me dizendo que nós vamos ter que esperar lá fora no frio e com essa chuva? - Ah, esqueci de falar que estava chovendo muito.
O segurança fez uma cara de bunda e eu entendi que ele quis dizer "é" pra mim. Eu fiquei realmente inconformado e disse umas coisas que não vale a pena descrever aqui. Depois de dizer tudo nós fomos procurar um teto pra ficarmos embaixo e nos protegermos da chuva molhada até meu pai chegar para nos buscar. E uma raiva enorme e incontrolável passava por minha cabeça, eu fiquei pensando em nunca mais ir naquele shopping e falar pra todo mundo que aquele shopping é horrível e que quando está chovendo eles põe as pessoas pra fora de propósito só pra elas tomarem chuva e chegarem em casa molhados pra pegarem uma gripe e terem que tomar vacina pra não morrerem de tanto tossir e que o segurança era um cara muito chato. Mas eis que surge meu irmão na conversa e diz:
-Não meu, tadinho do cara, o cara só tá fazendo o trabalho dele.
E o ruim é que é verdade. Se o Lucas não dissesse isso eu iria ficar com raiva daquele segurança pro resto da minha vida, mas ele, por ter feito aquilo, merece ganhar o título de "Empregado do Mês" e ganhar um broche pra falar pra todos que ele já tinha posto 4 moleques pra fora do shopping num dia chuvoso.
Mas continuando a história nós saímos à procura de um teto para que nós não tomássemos chuva. Paramos então em um ponto de ônibus ao lado do shopping.
Lá, que eu me lembro, estavam 4 pessoas: uma senhora com um guarda-chuva pra fora do ponto, um cara de capuz e com os dentes tortos e duas meninas que estavam ouvindo funk no celular.
Eu dei graças a Deus quando o cara entrou no ônibus porque eu tava com medo dele e eu, por ele ter ido, podia sentar-me no lugar dele que estava mais seco que o meu e lá a chuva não me alcançava tanto quanto no lugar anterior.
A senhora do guarda-chuva também foi embora rápido. Ela subiu numa garupa do carinha do moto-táxi e saiu voando. (eu, particularmente, acho uma loucura andar de moto-táxi na chuva ou em qualquer circunstância)
Logo depois as duas meninas que ouviam funk foram embora também. Graças a Deus, aquele som do inferno já tava começando a entrar na minha cabeça.
Quando eles se foram nós tentamos ligar para a minha mãe mas a bateria do meu celular tinha acabado. Então trocamos os chips dos celulares e conseguimos falar com o meu pai pelo celular do meu amigo. Daí passou um senhor e pediu um trocado pra comprar alguma coisa que eu não entendi exatamente. O Lucas, sempre muito generoso, deu-lhe dois reais. Ele agradeceu de coração e logo após nós ficamos imaginando os pensamentos daquele senhor: "Nossa mano, pedi 'uns trocado' pros truta otário que tava lá no ponto e descolei dois conto". Eu acho que ele pediu dinheiro pra comprar droga ou bebida. Mas não julguemos as pessoas né, vai que ele tava com fome.
Então a gente viu que já havia se passado muito tempo e decidimos ir pra frente do shopping ficar sinalizando pro meu pai pra ele nos ver e assim se procedeu.
Até que foi um processo rápido. Não deu nem tempo da gente ficar molhado de verdade e meu pai já chegou. Acho que eu nunca fiquei tão feliz como naquela hora. Aquele tinha sido realmente um programa de índio.
Não me lembro muito da viagem de volta mas me lembro que chegando em casa ainda tive que arrumar meu quarto que estava uma zona. Ah, mas isso não é nada. São apenas ossos do ofício, né?

O Céu

Eu acho que o Céu, ou o Paraíso, vai ser um lugar muito legal, o lugar mais legal de todos os lugares que alguém poderia ir. Eu acho que lá vai ser uma maravilha, mais legal até que um fliperama do ano de 2050.
Acredito que lá vão haver pistas de skate e mais: todos vão saber andar de skate. Acredito também que lá vão existir muitos sucos e sorvetes deliciosos, mais deliciosos que os sorvetes mais deliciosos que existem aqui na terra ou em qualquer outro planeta, se é que fabricam picolés nos outros planetas.
Lá vão haver bosques com ares puros, diferentes dos daqui. Lá vão haver instrumentos afinados com uma precisão jamais vista e o mais legal é que lá todo mundo vai saber tocar todos os instrumentos. Lá ninguém vai precisar dormir porque ninguém vai sentir sono nunca.
Lá nós poderemos encontrar as pessoas que nós mais sentimos saudade e tudo isso em questão de segundos.

Eu acho que lá vão existir mais um monte de coisas mas eu to com preguiça de descrever aqui e Deus vai ficar olhando por nós e pensando: "Nossa, que firmeza hein?"

Terça-feira

Uma luz forte, uma voz distante e depois um susto. Então eu acordei, ao meio dia de uma terça-feira nas férias.
A luz vinha da porta que minha mãe acabara de abrir. A voz ,que estava distante, já estava perto e eu consegui distinguir que era minha mãe me acordando pra almoçar. Ela, como todo dia das férias, me disse que eu devia ter acordado mais cedo pra moça que trabalha aqui em casa limpar meu quarto e eu, como sempre, disse que meu despertador não tinha tocado(e dessa vez era verdade, ele não tinha tocado mesmo).
Outra luz, mais forte que a anterior, penetrou no meu quarto e atingiu meus olhos com uma força gigantesca. Dessa vez eu quase fiquei cego. Minha reação foi tentar proteger meus olhos com o meu travesseiro mas, imediatamente, minha mãe tirou-o das minhas mãos e me chamou pra almoçar e eu fui, meio modorrento, mas fui.
Atravessando a porta do meu quarto um cheiro ótimo pairou tomou conta do ar. Eu fiquei maravilhado com o cheiro. Não sequer troquei de roupa e sentei-me à mesa pois estava com muita fome. Na noite passada eu apenas tinha comido um pedaço de pizza e um copo de leite com ovomaltino.
-Bom dia pai, bom dia mãe - essas foram as minhas primeiras palavras do dia.
-Bom dia filho - eles responderam.
Não lembro o que foi no almoço, mas lembro que foi uma das comidas mais gostosas que eu já comi.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

-Boa noite", disse ele numa conversa online.
-Boa noite - respondeu.
-Será que eu vou te ver amanhã? - retrucou o rapaz.
-Não sei, mas eu te amo.
-Eu também.
E eles nunca mais se encontraram denovo.

Insônia

Acho que eu me acostumei a não dormir.
Antes parecia tão difícil ficar acordado até tarde apenas pensando no que eu fiz e o que eu poderia fazer. Mas hoje é só tomar uma chícara de café e por uma música boa e pronto: fico acordado a noite inteira.
Em uma dessas noites que eu tomei uma chícara de café e puz uma música legal pra tocar eu fiquei pensando se eu sou diferente ou as pessoas são iguais. Acho que dá na mesma, né?
Sei lá, mas as pessoas se preocupam tanto pensando nas coisas que esquecem de viver e vivem pela metade. Eu não quero ser assim quando eu crescer.
Quando eu crescer eu quero continuar tocando bateria na minha banda, levar Deus para as pessoas através da música muito louca que a gente toca e eu quero olhar pra trás e não me arrepender de ter feito as coisas que eu fiz e, algum dia da minha vida eu ainda escrevo no cimento a seguinte frase: "É nóis!"

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Carnaval

Carnaval tem começo e fim
Indefinidos como o mais belo quadro abstrato
Sentimo-nos tal como pássaro pela manhã
E nos esquecemos que, quando as festas acabarem
Pessoas que a gente ama vão embora
Pra voltar só depois de um tempo.

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