domingo, 7 de agosto de 2011

Pseudo-frustrações

Quando somos jovens, tudo o que nos acontece de ruim é intensificado por nossos hormônios em alta e, irrevogavelmente, achamos com toda convicção que é o fim do mundo. O legal da história é saber que nunca é, pois se todos nossas crises e frustrações fossem o fim, o mundo teria que acabar várias vezes de mentirinha antes de acabar de uma vez por todas. E, cá entre nós, o mundo é muito legal pra acabar por coisas insignificantes.
Percebemos que não é o fim do mundo quando ficamos sozinhos e sentimos que ainda não acabou. E não vai! Não ainda. No começo, é mais frustrante até mesmo que a própria frustração anterior, mas depois que entendemos o porque das coisas descobrimos que tudo o que nos acontece faz parte de um aprendizado eterno que estamos sujeitos desde o dia que entendemos as contas de divisão até o dia que pararmos de respirar de uma vez por todas e devemos ter em mente que toda dor tem que ficar pra trás e devemos todo dia aprender a perdoar e a não guardar mágoa, mesmo isso parecendo ser a coisa mais difícil de todo o universo.
Certa vez, depois de um dia longo, cansativo, intenso, triste e etecetera eu estava deitado sem sono nenhum no sofá marrom da sala de estar da minha casa comendo doritos e tomando um copo relativamente enorme de coca-cola e, depois de perceber que eu estava ficando entediado resolvi entrar na internet pra me relacionar com algumas pessoas. Lembrei-me que tinha desligado o transmissor da internet que ficava no telhado. Pensei comigo: - Que beleza! Depois de um dia desses, onze horas da noite vou subir no telhado. Eu mereço!
Chegando no rádio-transmissor, descobri que, escalando uma calha paralela às telhas do telhado era possível chegar na parte mais alta do telhado. Resolvi subir. Essa foi uma das melhores decisões que fiz.
Deitei-me sobre as telhas e percebi que estava realmente frio naquela noite. Quando olhei pra cima vi que o céu estava nublado e não dava pra ver nenhuma estrela. Ótimo! Tudo o que eu precisava era de uma estrela cadente pra ter pelo menos um desejo, mas fica pra próxima.
Porém, depois de ficar um tempo olhando pro céu percebi que, por entre as nuvens, existia uma fenda que possibilitava ver algumas estrelas, mesmo que elas estivessem foscas. Depois de acreditar que não iria conseguir ver nenhuma estrela cadente apenas por aquela falha nas nuvens, a Lua apareceu reluzente de um brilho que eu jamais havia visto com tanta intensidade. O mais legal de tudo não é simplesmente o fato dela ter aparecido, mas é que ela estava parecendo um sorriso. Era como se, dentro de mim, todos os problemas do dia tinham sido substituídos por aquela imagem do sorriso mais sincero que eu jamais havia visto me dizendo pra simplesmente acreditar que, além de todos os problemas, há um Deus que sorri por nós e para nós incessantemente.
No fim da história, me esqueci que o motivo de ter subido no telhado era pra arrumar a internet, me esqueci que estava sem sono e me esqueci que estava triste. Afinal, não dava pra ficar triste depois de uma experiência daquelas. Deitei-me na cama e, pelos relatos da minha mãe, acordei sorrindo no outro dia. Coisa maluca, não?!