sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Novelas

Estava eu na fila do supermercado escolhendo uma boa peça de salmão para fazer sushi em casa e, de súbito, me deparei com um amontoado de revistas "bastante lidas pelas pessoas" enfileiradas em uma estante pequena e, parafraseando uma imagem de um senhor caucasiano, de traços fortes e sorriso deveras forçado. Em letras chamativas li a seguinte frase: "Félix é uma
VÁLVULA DE ESCAPE da sociedade brasileira".
Na mesma hora liguei o nome a pessoa, lembrei-me do fim da novela tão comentado no facebook e assunto todas as rodas de amigos que, seis meses atrás, estavam nas ruas reivindicando um Brasil mais justo, sem corrupção nem alienação(inclusive segurando cartazes de papelão contendo frases como "Fora Globo" e "Rede Esgoto de Televisão) e me lembrei de quão exaltada é a porcaria e a mediocridade no Brasil.
Passei no outro corredor, peguei um shoyu light e fui embora com mais ódio por novelas e com menos fé em um Brasil culto. E com muito mais fome, claro.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Amor Inalcançável

"Como sempre acreditei no amor inalcançável
Abro mão dos antigos amores
Dispenso o acaso
Datilografando sem trégua
Esses versos mudos
Qual caminhos sinuosos
Para com dúvidas iminentes
Buscar o amor
Quantas vezes se fizer necessário
Sentimento que transcende a razão
Percebe-se distante à primeira instância
E doravante subsiste de saudade
Tão aprazível sentimento duvidoso
Composto por fogo
Imprescindível eterno devir
De encontros e desencontros
Cercados de rostos incompletos
E sentimentos mal-resolvidos
Oscilantes entre o não e o talvez
Labirintos infinitos
Que me separam de você."

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Sorrisos

As pessoas deviam sorrir mais... Muito mais.
Quem ri é mais feliz... Muito mais.
Sorrisos são mais bonitos que quadros, que paisagens.
Mas quais sorrisos?
O seu, o meu, o dela...
É, o dela.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Acreditar

Eu acredito nas pessoas. Tipo, com todas as minhas forças mesmo.
Não só acredito nas pessoas como também acredito na mudança delas. Acredito que ninguém é perfeito e muito menos pronto(no sentido de finalizado, acabado) mas que as pessoas não só são “não-finalizadas” como elas sempre estarão dispostas(lê-se forçadas) pela vida a mudar e manter uma mudança constante. Isso ocorre pois dentro de nós há uma sede por algo maior que nos cega momentaneamente e, quando o efeito de flashbang passa, nos faz querer sempre buscar o além, o grande, o desconhecido, o “sempre”.
Indo mais afundo no tema “mudança”, quero enfatizar que as pessoas mudam. Mudam e muito! Mudam e sempre! Mudam e ponto! Assim como tudo que nos cerca, estamos propensos a mudar de opinião sobre tudo(e isso não te faz uma pessoa influenciável nem “sem princípios”, mas sim te faz HUMANO), mas esse não é o ponto que eu quero chegar. Quero dizer que temos poder pra mudar a direção da vida de uma pessoa simplesmente pelo fato de nos importarmos com ela. Isso é acreditar nas pessoas, de uma maneira mais ampla.
Às vezes, precisamos redescobrir a vontade de ver o outro feliz que está incorruptível dentro de nós e isso só nós mesmos conseguiremos reencontrar. Devemos viver pelo bem e para fazer o bem!
Particularmente, eu tenho uma vontade de ver as pessoas ao meu redor felizes que às vezes isso até supõe a vontade de me fazer feliz eu mesmo com minhas forças. Deu pra entender? Acho que não. Mas...
Às vezes eu tenho medo de machucar as pessoas simplesmente pelo fato de tentar ajudá-las, e olha que isso já aconteceu e várias vezes. Mas como diria um velho sábio da Bósnia oriental: "Não deixe o medo de jogar impedir que você jogue!". Isso resume basicamente nosso texto.
(Que fique claro que eu não sei de quem é essa frase, por isso não coloquei as devidas referências.)

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Sensatas Desculpas

Bom dia!
6h da manhã do dia 31 de maio de 2012. Ótimo dia pra começar a ler um livro.
Onde estou mesmo? Com os olhos semicerrados fica difícil me situar. Ouvi dizer que uma das melhores coisas a se fazer quando se perde a noção de espaço é parar pra pensar nas últimas coisas que você fez e assim buscar alguma explicação plausível pra tentar entender como você chegou até ali. Pois bem, comecemos...
Me encontro estonteante e malcheiroso(diga-se de passagem) na sala de casa. Ué, esse sofá não era virado pro outro lado?
Esboço uma vontade insignificantemente pequena de tentar entender a mudança de posição do sofá antigo que é instantemente aniquilada pela preguiça que eu sinto toda manhã ao acordar. Acho que a razão naquele momento estava tomando um cafezinho. Desvio a atenção e me lembro quanto aquele sofá é confortável. Pois bem, que comece o dia!
Trabalho, café. Café. Trabalho, trabalho. Café, trabalho... e assim vai.
Como de costume, as coisas não dão certo. Por mais que você se esforce algumas podem até acontecer do jeito que você quer, outras nem sequer exibem sinal de mudança mas na maioria das vezes elas não dão certo. Sejamos sensatos e aceitemos os fatos sabendo que isso não deve ser motivo para ficarmos cabisbaixos, não é mesmo? Afinal, o que seria da humanidade em sua totalidade se todos os planos de todos os seres viventes dessem certo? Colapso, na certa.
Como em todo dia, o fim de tarde nos remete ao fim. Ao fim mesmo. Fim das coisas no sentido literal da palavra. O tempo que elas duras, coisa e tal.
Eu penso bastante no fim. Acho que pra que a gente perceba de verdade que algo é bom mesmo essa coisa precisa ter um fim, nem que seja um fim simbólico. O fim nos dá uma visão clara do valor das coisas. Aquele papo de "que seja eterno o quanto dure" nunca me chamou a atenção.
Depois de um dia desses eu precisava de algo que valesse o dia, mas a ideia de ir no cinema não me animava muito. De repente, um cara que nunca vi na vida me pára no meio da rua e diz, com voz de mestre shaolin do sul: - Filho, a vida é feita pra gente aprender a viver.
E não é que ela é mesmo?! Nunca tinha pensado nisso! Essa foi a primeira coisa sensata e inteligível que me disseram hoje. Já dá pra dormir sem ter peso na consciência por não ter feito nada de produtivo.
Mais um dia, mais uma tarde, mais uma noite e o trocado de R$0,75 do café expresso não foi suficiente pra comprar um Trident de menta. Dava pra terminar melhor, mas viva os impostos!

domingo, 7 de agosto de 2011

Pseudo-frustrações

Quando somos jovens, tudo o que nos acontece de ruim é intensificado por nossos hormônios em alta e, irrevogavelmente, achamos com toda convicção que é o fim do mundo. O legal da história é saber que nunca é, pois se todos nossas crises e frustrações fossem o fim, o mundo teria que acabar várias vezes de mentirinha antes de acabar de uma vez por todas. E, cá entre nós, o mundo é muito legal pra acabar por coisas insignificantes.
Percebemos que não é o fim do mundo quando ficamos sozinhos e sentimos que ainda não acabou. E não vai! Não ainda. No começo, é mais frustrante até mesmo que a própria frustração anterior, mas depois que entendemos o porque das coisas descobrimos que tudo o que nos acontece faz parte de um aprendizado eterno que estamos sujeitos desde o dia que entendemos as contas de divisão até o dia que pararmos de respirar de uma vez por todas e devemos ter em mente que toda dor tem que ficar pra trás e devemos todo dia aprender a perdoar e a não guardar mágoa, mesmo isso parecendo ser a coisa mais difícil de todo o universo.
Certa vez, depois de um dia longo, cansativo, intenso, triste e etecetera eu estava deitado sem sono nenhum no sofá marrom da sala de estar da minha casa comendo doritos e tomando um copo relativamente enorme de coca-cola e, depois de perceber que eu estava ficando entediado resolvi entrar na internet pra me relacionar com algumas pessoas. Lembrei-me que tinha desligado o transmissor da internet que ficava no telhado. Pensei comigo: - Que beleza! Depois de um dia desses, onze horas da noite vou subir no telhado. Eu mereço!
Chegando no rádio-transmissor, descobri que, escalando uma calha paralela às telhas do telhado era possível chegar na parte mais alta do telhado. Resolvi subir. Essa foi uma das melhores decisões que fiz.
Deitei-me sobre as telhas e percebi que estava realmente frio naquela noite. Quando olhei pra cima vi que o céu estava nublado e não dava pra ver nenhuma estrela. Ótimo! Tudo o que eu precisava era de uma estrela cadente pra ter pelo menos um desejo, mas fica pra próxima.
Porém, depois de ficar um tempo olhando pro céu percebi que, por entre as nuvens, existia uma fenda que possibilitava ver algumas estrelas, mesmo que elas estivessem foscas. Depois de acreditar que não iria conseguir ver nenhuma estrela cadente apenas por aquela falha nas nuvens, a Lua apareceu reluzente de um brilho que eu jamais havia visto com tanta intensidade. O mais legal de tudo não é simplesmente o fato dela ter aparecido, mas é que ela estava parecendo um sorriso. Era como se, dentro de mim, todos os problemas do dia tinham sido substituídos por aquela imagem do sorriso mais sincero que eu jamais havia visto me dizendo pra simplesmente acreditar que, além de todos os problemas, há um Deus que sorri por nós e para nós incessantemente.
No fim da história, me esqueci que o motivo de ter subido no telhado era pra arrumar a internet, me esqueci que estava sem sono e me esqueci que estava triste. Afinal, não dava pra ficar triste depois de uma experiência daquelas. Deitei-me na cama e, pelos relatos da minha mãe, acordei sorrindo no outro dia. Coisa maluca, não?!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Horas-vagas

Deitado no sofá da sala, encontro-me novamente prostrado com pupilas dilatadas, corpo cansado, pensamentos bagunçados e mente totalmente avulsa das coisas normais. Sinto-me exausto mental e psicologicamente, em outro plano em relação às pessoas ao meu redor. As extremidades dos meus membros dizem que já esgotei minha capacidade corporal de hoje. A gravidade parece não ser mais a mesma a ponto de me empurrar pra baixo com uma força helicóide. Numa tentativa frustrada de fugir um pouco da ilusória realidade, fui assistir ao jogo de futebol mas, logo no primeiro cochilo, percebi que o tempo regulamentar do primeiro tempo já tinha se esgotado e na tela do televisor estava passando uns comerciais de refrigerantes, chinelos e protetores solares. Já que o tempo tinha corrido muito mais do que eu imaginava, levantei-me modorrentamente e dirigi-me em direção ao meu quarto pra, de vez, desligar-me do mundo por ora.
Deitado na cama com a mesma sensação de estar deitado no sofá, comecei a relembrar meu corrido e sincopado dia. O mau-humor do motorista sádico que encontrei no ônibus lotado que tomei pra ir pra correria cotidiana parece que destruiu toda positividade que trazia dos sonhos felizes que eu tive na noite passada. Rindo por eu estar molhado pela chuva que caía no ponto de ônibus sem cobertura em frente ao condomínio onde resido, o velho senhor debochou com um sarcasmo maléfico da situação que eu me encontrava e ainda me perguntou se eu não estava sentindo frio. Além de ter ido em pé a viagem inteira, quase caí quando o motorista fez uma curva brusca com uma velocidade desnecessária e ainda riu enquanto eu me recompunha da pseudo-tragédia, visto que todos os passageiros do ônibus me encararam e sorriram com evidente desprezo.
Ouvindo música alta no meu fone de ouvido no intuito de esparecer a mente, incessantemente sinto saudade de coisas que já se foram, de coisas quem nem sequer aconteceram e de coisas que eu desejava do fundo do coração que fossem diferentes. Isso é bom ou ruim(depende do ponto de vista, como sempre). Sinto falta dos tempos que eu não tinha preocupações, dos tempos que a folha da minha vida deslizava calma e tranquilamente pelo gigantesco rio da vida e não encontrava pelo caminho precipitações nem oscilações. Sabe aquela sensação de que a vida está movimentada demais para seu gosto? Então, mais ou menos isso.
São muitos botões pra apertar no videogame, são muitas notas pra tocar no piano, são muitas baquetas pra quebrar na bateria e são muitos problemas para resolver diariamente. Será que vou aguentar por muito tempo? Escrever uma música agora seria uma boa idéia, mas já não sei se estou sonhando ou se estou acordado. Melhor eu dormir, pois amanhã começa tudo outra vez.